O Fim da Declaração Mensal de Remunerações (DMR) está a chegar. Está preparado?

Adeus, DMR! A partir de janeiro de 2026, a entrega mensal da Declaração de Remunerações (DMR), como a conhecemos, vai desaparecer para cerca de 200.000 empresas em Portugal.

 

Este não é apenas um pequeno ajuste — é uma transformação profunda na forma como as empresas se relacionam com a Segurança Social. Na Sage, temos orgulho em estar na linha da frente desta mudança histórica.

Durante anos, a entrega da DMR foi um processo mensal obrigatório e, por vezes, altamente complexo. Todos os meses, após o processamento de salários, as empresas ou os seus contabilistas tinham de calcular as contribuições, gerar o ficheiro da DMR e enviá-lo para a Segurança Social. Era um processo repetitivo, moroso e propenso a erros.

Agora, tudo muda. Estamos a assistir a uma inversão completa deste paradigma.


Um novo modelo: mais automatizado e menos burocrático

Com o novo modelo, a Segurança Social passará a utilizar os dados que já possui sobre trabalhadores, contratos e remunerações para calcular automaticamente as obrigações contributivas. Às empresas caberá apenas uma tarefa: confirmar ou, se necessário, corrigir os valores propostos.

Em outras palavras, a responsabilidade pelo cálculo passa para a Segurança Social. As empresas apenas intervêm quando há alterações. Ou seja, trata-se de uma mudança de filosofia: menos submissões manuais, mais foco na validação e qualidade dos dados.

Como reforça Luís Farrajota, presidente do Instituto de Informática da Segurança Social, “a DMR acaba”. Esta é, de facto, a maior transformação tecnológica da Segurança Social até hoje, integrada no programa “Primeiro Pessoas”, que declara “guerra aos modelos de atendimento antigos”.

 

Sage: na linha da frente da inovação tecnológica

Na Sage, não nos limitamos a observar a mudança; nós ajudamos a construí-la. Como uma das poucas empresas de software convidadas para o programa de early adopters da Segurança Social, colaboramos desde o início de 2025 no desenvolvimento e teste dos novos serviços.

Graças a esta parceria estratégica, conseguimos garantir que a transição seja fluida, segura e centrada nas necessidades dos nossos Clientes e Parceiros.

Além disso, ao longo dos últimos meses, as nossas equipas têm trabalhado intensamente para:

  • integrar os novos serviços da Segurança Social;

  • testar funcionalidades em ambiente real;

  • validar processos;

  • desenvolver interfaces intuitivas que simplificam o dia a dia.

Esta é a nossa forma de honrar a confiança que os nossos clientes depositam em nós.

 

O calendário da mudança: o que precisa de saber

A implementação desta mudança histórica será faseada, pelo que é fundamental compreender o calendário:

  • De 1 de janeiro a 30 de junho de 2026, arranca a primeira fase com caráter voluntário. Durante este período, as 200.000 empresas com estruturas remuneratórias simples poderão aderir ao novo sistema quando se sentirem preparadas. Esta janela de seis meses foi pensada precisamente para permitir uma transição suave, dando tempo às empresas e aos seus parceiros tecnológicos para se adaptarem, sem pressão.
  • A partir de 1 de julho de 2026, a adesão torna-se obrigatória para todas as empresas elegíveis. Quem não tiver aderido voluntariamente nos primeiros seis meses, entrará automaticamente no novo sistema.

Importante: nesta fase, apenas empresas com estrutura remuneratória simples (salário base, subsídio de alimentação, diuturnidades) estarão incluídas. Empresas com estruturas mais complexas integrarão o novo modelo numa segunda fase, prevista para a segunda metade de 2026.

 

Soluções Sage preparadas desde o primeiro dia

E aqui está a boa notícia: o Sage 50 Salários e o Sage for Accountants Salários estarão totalmente preparados desde o 1 de janeiro de 2026. Estas soluções, que se destinam precisamente a empresas com estruturas remuneratórias simples, foram desenvolvidas e testadas para estarem operacionais desde o primeiro momento da fase voluntária.

Isto significa que os nossos clientes que utilizam estas soluções podem aderir ao novo sistema com total confiança logo em janeiro, beneficiando imediatamente da simplificação e da poupança de tempo. Não terão de esperar, não terão de se preocupar com atualizações de última hora. Tudo estará pronto, testado e validado.

Por outro lado, as empresas que utilizam o Sage 100 Recursos Humanos, uma solução mais robusta destinada a estruturas remuneratórias mais complexas, terão acesso à integração a partir de março de 2026, garantindo que todos os nossos clientes, independentemente da dimensão ou complexidade da sua organização, terão acesso a esta transformação no momento certo.

O impacto real no dia a dia

Para os contabilistas e gestores, esta mudança representa uma verdadeira revolução no dia a dia. Menos tempo gasto em tarefas administrativas repetitivas significa mais tempo para se dedicar à análise, à estratégia e ao que realmente impulsiona o crescimento dos negócios. É a passagem de um trabalho de preenchimento para um trabalho de validação e consultoria.

Imagine processar os salários de uma empresa onde nada mudou no mês: sem faltas, sem alterações salariais, sem horas extras. No modelo antigo, ainda assim teria de preparar e enviar a DMR. No novo modelo, não precisa de fazer nada. A Segurança Social calcula automaticamente as contribuições com base nos dados que já possui, e a empresa apenas confirma. Simples, eficiente e sem margem para erro.

Quando há alterações, o processo também é mais inteligente. O software compara automaticamente os valores processados com os valores calculados pela Segurança Social, identifica as diferenças e envia apenas as correções necessárias. Tudo de forma integrada, sem ficheiros, sem duplicação de trabalho.

 

Menos “entregar ficheiros”, mais confiança e segurança

Esta mudança não é apenas técnica — é cultural. O objetivo é passar de uma rotina de controlo manual para uma lógica de auditoria contínua, com o software a assegurar a conformidade e o profissional a supervisionar exceções e a qualidade dos dados.

Os próximos meses são, por isso, um convite à ação:

  • Ativar a PSI (Plataforma de Serviços de Interoperabilidade) na Segurança Social e validar acessos (produção/qualidade).
  • Parametrizar corretamente as regras de remuneração, precisamente porque o software só comunica diferenças reais.
  • Ensaiar o novo ciclo entre janeiro e junho (fase voluntária), medindo ganhos e identificando exceções antes da obrigatoriedade.
  • Comunicar com clareza com clientes e equipas: o “dia 10” já não é um gatilho de submissão, é um checkpoint de confirmação.

Uma parceria para o futuro

Na Sage, acreditamos que a tecnologia deve ser a força que nos impulsiona, que nos encoraja a agir com audácia e que nos dá a confiança para abraçar o futuro. Esta transformação é um exemplo perfeito de como a colaboração entre o setor público e o setor privado pode gerar valor real para as pessoas e para as empresas.

Estamos comprometidos em ser o seu parceiro nesta jornada, transformando a complexidade em simplicidade, a burocracia em eficiência, e o tempo perdido em oportunidades de crescimento. Porque no final do dia, o nosso objetivo é simples: ajudar os nossos clientes a fazer mais, melhor e com menos esforço.

A transformação já começou. As ferramentas estão prontas. O futuro está ao virar da esquina.

 

Um último pensamento

A desburocratização só cria valor se for sentida por quem a vive: empresários, equipas de RH e profissionais de contabilidade. A nossa responsabilidade é fazer disto uma transição tranquila, transparente e humana — colocando o cliente no centro, com linguagem simples e tecnologia que “desaparece” para que o trabalho flua. Na Sage, é isso que vamos continuar a fazer, lado a lado com os nossos Business Partners, Clientes e com a Segurança Social.

E na sua organização — vai aproveitar a janela voluntária de 1 de janeiro a 30 de junho para experimentar o novo modelo e libertar tempo para o que realmente importa?

 

José Carvalho
Director of Product Management
Sage 50, 100 & Accountants Portugal