“Queremos estar na frente da migração para a cloud”
José Luis Zabala, Managing Director da Sage Iberia, explica como a Sage quer continuar a dar voz às PME e destaca a importância da digitalização e das soluções baseadas na cloud.
Um estudo realizado pela Sage a nível europeu revelou que a adoção da tecnologia nas pequenas e médias empresas (PMEs) significaria um aumento do PIB português de 12 mil milhões de euros. Como é que a Sage planeia impulsionar esta adoção nas PMEs portuguesas?
O nosso objetivo é simples: impulsionar a experiência do cliente com uma proposta de negócio simplificada e especificamente adaptada às necessidades verticais de cada setor. Sabemos que para as empresas crescerem precisam de derrubar barreiras como o fluxo de caixa, cibersegurança e privacidade dos dados, ou carência de competências digitais. Também sabemos que ao construirmos uma base sólida para escalar o nosso ecossistema iremos responder a esses desafios, impulsionando a adoção da tecnologia para mais empresas. E estamos confiantes. Para o novo ano fiscal queremos alcançar um crescimento a dois dígitos, acima do crescimento do mercado.
A nossa resposta passa então por soluções como a faturação eletrónica, a mudança gradual para soluções baseadas na cloud, e ainda a adoção de tecnologia potenciada por IA, que poupa recursos em tarefas repetitivas. Esta é a chave para o sucesso das PMEs portuguesas, não só como forma de crescimento, mas também como fator de preparação para o futuro.
De que forma é que o processo de migração de soluções legacy para soluções baseadas na cloud pode contribuir para a cadeia de valor e competitividade do tecido empresarial?
Estamos num momento de crescimento e o nosso papel é educar as PMEs para a adoção de forma natural de soluções baseadas na cloud que vão oferecer mais conectividade e gestão remota. É o que estamos a fazer já no mercado ibérico, ao consolidar a estratégia global e para isso, apoiamo-nos numa cultura de alto desempenho, que também queremos transmitir para os nossos clientes e parceiros.
Todos os caminhos apontam para a cloud e modelos de software como serviço (SaaS), seja como resposta a necessidades das empresas, ou como forma de cumprimento de normativas. Estas tecnologias oferecem às empresas maior eficiência, redução de custos de manutenção e escalabilidade, e é aqui que entramos. Temos a ambição, a estrutura e o impulso do mercado para estar na frente deste processo de migração.
A Sage partilhou recentemente uma visão de futuro a médio-prazo baseada na plataforma de contabilidade e faturação na cloud Sage Active. O que a distingue do atual portfolio?
O Sage Active é a nossa aposta para o futuro, que vamos continuar a desenvolver nos próximos dois a três anos, enquanto mantemos o foco nos produtos existentes. Ela reunirá todas as soluções da Sage para satisfazer as necessidades dos nossos clientes, e é de salientar que tanto os parceiros como os nossos clientes estiveram envolvidos no seu desenvolvimento.
Além disso, permite a criação de código para o desenvolvimento de aplicações específicas, estando aberta à criatividade dos programadores, o que permite uma nova linha de negócio para o nosso ecossistema de Parceiros. Em breve iremos também anunciar novas funcionalidades relacionadas com a faturação e a gestão financeira dos clientes. O objetivo é que todos os clientes Sage 50 e Sage 200 migrem para esta nova solução, a médio e longo prazo, começando com o Sage 50 e o Sage One.
Em 2024, a Sage inaugurou uma divisão de negócio ibérica dedicada ao ecossistema de Canal. Qual é o papel dos Parceiros na estratégia da Sage para dar resposta às crescentes necessidades de diferenciação e personalização das soluções tecnológicas em setores verticais?
É um compromisso estratégico de 2024 para a Sage crescer de forma sustentável no segmento das médias empresas e pretendemos consegui-lo com uma forte aposta em soluções com foco específico nos setores verticais. E neste desafio, os parceiros são um elemento-chave, pois são eles que conhecem o mercado e desenvolvem aplicações adaptadas às necessidades de cada área.
Posso dizer que houve um aumento da relação entre os Parceiros de ambos os lados da fronteira em termos de trabalho conjunto, que não só saudamos como apoiamos e incentivamos para os ajudar a internacionalizarem-se, sendo que, esta nova organização ibérica torna-se uma oportunidade espetacular para que isso aconteça.
Entrevista publicada em Jornal Económico