Tech Business Summit: melhores momentos

O Europarque, em Santa Maria da Feira, recebeu a primeira edição do Tech Business Summit, organizado pela Pontual, Bnext e Lendarius. “É preciso fazer subir um degrau nas competências das nossas pessoas”, alertou António Teixeira, CEO da Pontual.

 

O Tech Business Summit 2024, organizado pela Pontual, Bnext e Lendarius com o apoio da Sage, reuniu uma plateia superior a 500 responsáveis de PME nas áreas da Tecnologia da Informação, Comunicação e Eletrónica no Europarque de Santa Maria da Feira.

O evento, tal como explicou António Teixeira, CEO da Pontual IT Business Solutions, centra-se na forma como a tecnologia – especialmente o software de gestão ERP; as soluções de indústria, logística e contabilidade; o software de CRM e HCM; a digitalização e automação; a inteligência artificial e a business intelligence; e a cibersegurança e o alojamento cloud – pode ajudar as empresas a fazer crescer os negócios. “O objetivo passa por dar voz às PME que fazem a economia rolar. Estamos numa zona com forte presença na área de indústria e de serviços; foi para eles que preparámos este evento”, afirmou.

 

Tecnologia nas PME como fator competitivo

Na edição deste ano, António Teixeira foi o primeiro a subir a palco, abordando o tema “Tecnologia nas PME como fator competitivo”. Na sua apresentação, o CEO da Pontual relembrou que das 1,23 milhões de empresas em Portugal, 99,3% são PME e partilhou dados de um estudo que indica que os empresários querem “melhorar os processos”, “ir ao encontro das necessidades do cliente” e “reduzir o trabalho administrativo”. Segundo o mesmo estudo, as principais preocupações relativamente à transformação digital são a automatização das tarefas administrativas e reforçar a segurança e a privacidade dos dados.

António Teixeira também recordou que Portugal é utilizado como mercado de testes das multinacionais para a introdução de novas tecnologias ou soluções. “A inteligência artificial vem dar-nos uma oportunidade enorme”, exemplificou António Teixeira, que defende que as empresas devem apostar nestas novas tecnologias para fazer crescer o seu negócio.

Por fim, sublinhou a importância da formação e requalificação dos colaboradores para as organizações. “É preciso fazer subir um degrau nas competências das nossas pessoas para requalificar os colaboradores, fazer upskilling e estarem mais preparados para a realidade que, muito em breve, as empresas vão ter de enfrentar. Não podemos ter falta de recursos. É preciso desenvolver, é preciso requalificar os nossos trabalhadores”, diz o CEO da Pontual.


IA: ameaça ou oportunidade?

Seguidamente Rogério Canhoto, Chief Business Officer da PHC Software, subiu ao palco do Tech Business Summit para falar das oportunidades (e das ameaças) da inteligência artificial para as empresas. “A IA está na moda, é muito falado, mas não é nada de novo”, diz Rogério Canhoto. Mas, se não é nada de novo, porque é que agora é falado?

Segundo Rogério Canhoto, por causa da quantidade de informação disponível que torna os algoritmos mais eficientes. Depois, os avanços da tecnologia que permitem que a IA vá evoluindo mais depressa. Também a democratização das ferramentas digitais – que reduz as barreiras de entrada. E, por fim, a maior procura por inteligência artificial, onde “mais procura gera mais oferta e mais oferta gera mais procura”.

“Neste momento está a acontecer uma revolução à nossa volta, nos nossos negócios, por causa da inteligência artificial”, indica Rogério Canhoto. “O tempo é o recurso mais escasso e temos de fazer mais com menos tempo. Podemos ultrapassar a falta de tempo com uma espécie de superpoder, que hoje está disponível: a IA generativa”.  Para as empresas, “a tecnologia só por tecnologia não vale para nada”. A IA pode ser utilizada para detetar fraude, dinamizar os preços e ser mais competitivo, avaliar o risco, melhorar a cadeia de abastecimento e logística. “Até há uns anos, a IA era só para as grandes empresas; hoje já não é. As PME podem utilizar inteligência artificial no seu dia a dia e melhorar as suas operações”, refere.


Como o ERP está a reinventar a gestão

Outro dos momentos altos foi a mesa-redonda sobre como o ERP está a reinventar a gestão empresarial, que contou com a participação de Ana Teresa Ribeiro, Sales Director Sage Iberia para Small & Accountants, Josep María Raventós, Diretor Executivo de SMB & CPA em Portugal e África da Cegid, e Rogério Canhoto, Chief Business Officer da PHC Software. Ana Teresa Ribeiro destacou que, “quando falamos de transformação digital, e focando no software de gestão, é um tema vasto e é melhor, para compreender, desmistificá-lo. A tecnologia e o software de gestão estão para as empresas como as redes sociais estão para a comunicação e interação para as pessoas no dia a dia”.

Josep María Raventós referiu que “tudo o que é integração dos processos de negócio na nossa vida é importante. O ERP facilita a nossa vida e a necessidade dessa transformação é um caminho sem retorno; a introdução de novas tecnologias – como IA – é um caminho sem retorno” para as organizações. Recordou a este propósito o caso da Amazon, que há 30 anos nasceu como livraria e, hoje, é a maior loja do mundo. “Como é que se atingiu esse patamar? Através de tecnologia que transformou o negócio. É a tecnologia que tem o maior retorno na evolução dos negócios e na transformação das empresas”. Rogério Canhoto afirmou, por seu lado, que “a tecnologia por si só não é nada” e só é importante “se a aplicarmos a alguma coisa”. Nas empresas, mais do que começar estratégias de transformação digital, é importante perceber o que é, de facto, esta transformação digital. Assim, é preciso perceber as dificuldades, as necessidades e os desafios das organizações e procurar tecnologia para ultrapassar esses mesmos desafios.

Ainda que o ERP tenha começado na área da contabilidade, a verdade é que hoje está em quase todas as áreas. Josep María Raventós afirma que “todos os processos podem ser digitalizados e que isso ajuda as organizações”. Para Ana Teresa Ribeiro, esta integração “é essencial. Os contabilistas continuam a ser o maior pivot das integrações das empresas com as suas obrigações – clientes ou Estado – e continuam a ser um excelente exemplo da capacidade de integração e de inovação”, defendeu. “Numa perspetiva de evolução, o passo que falta dar não é tanto a integração, mas sim uma simbiose entre os diferentes sistemas”, diz Ana Teresa Ribeiro.

Assista ao vídeo dos melhores momentos.

 

Artigo publicado originalmente em IT Channel