“PME na União Europeia: uma força poderosa para o crescimento”

Segundo Derk Bleeker, Presidente da Sage na EMEA, o novo estudo da Sage e da Strand Partners, confirma, uma vez mais, a incrível resiliência e adaptabilidade das pequenas e médias empresas. 

 

O estudo State of the IT Channel Ecosystem constata que as PME (pequenas e médias empresas) nos principais países da União Europeia (UE) estão cada vez mais otimistas sobre as suas perspectivas de crescimento e que a sua confiança nos negócios aumentou mais acentuadamente do que os seus pares globais. Os resultados mostram que quase três quartos (73%) das PME da UE estão confiantes sobre o sucesso dos seus negócios, em comparação com 24% no mesmo período do ano passado. Isso destaca o potencial da região para o crescimento promovido pelas PME.


A adoção da tecnologia é fundamental para a confiança 

A chave para a recuperação da confiança das PME na UE foi a adoção de novas tecnologias, e isso despertou ainda mais o interesse por investimentos em tecnologia no futuro. De acordo com este estudo, mais de um quinto (21%) das PME nos principais países da UE disseram que a adoção de novas tecnologias ajudou a melhorar a produtividade e, consequentemente, melhorar o desempenho e a confiança nos negócios. Além disso, as empresas da UE envolvidas neste estudo preveem aumentar os seus investimentos em tecnologia em 18% no próximo ano, mais que em outras regiões como o Reino Unido (13%) e a África do Sul (14%).

Isso revela a necessidade adicional da UE assumir uma posição de liderança na adoção de tecnologia e na digitalização da economia, para fornecer a infraestrutura, as ferramentas e os recursos que as PME necessitam para permanecer produtivas e capitalizar as suas ambições. Nutrir e possibilitar um ambiente em que a tecnologia possa prosperar também promove a economia – países como a França já estão a pressionar para liderar o caminho no cenário tecnológico da Europa, com start-ups francesas a faturar milhões em 2022, apesar da desaceleração tecnológica global.

 

PME portuguesas acreditam no seu potencial de crescimento

A UE é uma tapeçaria social e económica única e diversificada e, embora haja consistência nos resultados do nosso estudo em relação ao sentimento empresarial, as descobertas também destacam os pontos fortes e os desafios únicos de cada país. Em Portugal e Espanha, por exemplo, as PME estão muito confiantes no seu potencial de crescimento – as PME portuguesas têm uma mentalidade de riqueza particularmente elevada e pretendem duplicar o valor do seu negócio se o venderem.

Enquanto isso, as PME espanholas são as mais satisfeitas, de todas as PME a nível global, com os seus níveis de produtividade. As PME francesas têm sido severamente impactadas pelo aumento dos custos, ainda assim estão confiantes sobre onde os seus negócios estarão em 12 meses. Enquanto isso, na Alemanha, as PME são mais propensas do que as de outros países a reconhecer valor da compra de nova tecnologia, atribuindo confiança ao investimento em equipamentos.

 

PME são a chave para promover a recuperação económica

Estudos anteriores da Sage e do CEBR mostraram que as PME são a chave para promover a recuperação económica e devem desempenhar um papel importante ao enfrentar os ventos económicos contrários. As PME são resilientes quando enfrentam desacelerações e podem-se adaptar rapidamente criando as suas próprias redes de conhecimento e ecossistemas de suporte. No entanto, a sua confiança não deve ser confundida com invencibilidade. Um apoio governamental continuo, bem como um investimento significativo no fortalecimento do “tecido” digital da economia e sociedade europeias – tanto a nível da UE como do país – são urgentemente necessários para garantir que as PME possam continuar a ser o motor da recuperação económica e do crescimento global e da UE.

Estão a ser feitos progressos encorajadores – por exemplo, a UE estabeleceu metas e planos ambiciosos para a faturação eletrónica de todos os negócios dentro da UE até 2028, o que não só criará oportunidades de inovação no setor tecnológico, como também irá alimentar uma onda de digitalização, o que irá aumentar a produtividade, melhorar o fluxo de caixa e criar condições mais equitativas para todas as empresas da UE. No entanto, é importante que as instituições e os governos na UE adotem uma abordagem pró-digitalização para que as PME, que constituem a espinha dorsal da economia europeia, não fiquem para trás.


Derk Bleeker
Presidente da Sage na EMEA

Artigo publicado originalmente em Diário de Notícias