Semana de trabalho de quatro dias e o papel das TI

O maior teste mundial da semana de trabalho de quatro dias terminou e os resultados são bastante positivos. À medida que organizações como o World Economic Forum avaliam o quão alcançável pode ser globalmente, o papel da automação e da tecnologia será vital para  torná-lo realidade.

 

A pandemia mudou radicalmente as formas tradicionais de trabalhar e deu início a uma nova era onde o trabalho à distância passou a ser a norma. A semana de trabalho de quatro dias, que, numa primeira fase, era praticada apenas por agências criativas e start-ups, passou a ser anunciada por empresas de maior dimensão e o tema entrou definitivamente na agenda.

Globalmente, cada vez mais e mais empresas estão a avaliar o efeito na produtividade e na satisfação dos colaboradores ao passar de uma semana de cinco para quatro dias. Alguns especialistas disseram que no Canadá a migração uma semana de quatro dias é “inevitável”. Nos Estados Unidos, já existe uma legislação no estado de Maryland para tornar esta medida uma realidade em todo o estado. Em França, estudos recentes revelam que cerca de 5% das empresas já estão a adotar a semana de trabalho de quatro dias. E no Reino Unido, cerca de 100 empresas aderiram à ideia sem introduzir um corte salarial.

Os sinais iniciais apontam para que não haja uma perda de produtividade ao introduzir a semana de quatro dias. No entanto, passar de um teste a uma realidade adotada em massa, irá exigir às empresas de todas as dimensões algum trabalho e planeamento. Caso contrário, o que deveria ser uma forma de criar maior satisfação com o mínimo impacto nos negócios, verá apenas os colaboradores a “espremer” cinco dias de trabalho em quatro, o que poderá gerar o resultado oposto, levando ao burnout e à desilusão.


É imperativa a mudança para o trabalho flexível

A mudança para o trabalho flexível tem vindo a impor-se no mercado de trabalho a nível global, sendo a semana de quatro dias de trabalho apenas um exemplo da última tendência neste setor. Independentemente de as empresas adotarem a semana de quatro dias de trabalho ou não, o desejo de todas as gerações de funcionários é usufruir de mais flexibilidade na forma como organizam o seu trabalho. A maioria das pessoas quer realizar um dia de trabalho eficiente e produtivo, mas dada a necessidade de equilibrar as responsabilidades pessoais e profissionais, as empresas necessitam capacitar os funcionários para acomodar o fluxo de tarefas ao novo paradigma. Isso requer uma mentalidade aberta e de confiança por parte dos gestores, mas também a incorporação de tecnologia para garantir que o trabalho híbrido e flexível não tenha um custo para o resultado final.

O papel da implementação de tecnologia cloud

É imperativa a implementação de tecnologia cloud, que permita que todos os funcionários possam trabalhar a partir de qualquer lugar e a qualquer hora. E é também vital ter a tecnologia de RH correta, que permita que as empresas tenham horários e padrões de trabalho não tradicionais. Outra consideração quando se trata de tecnologia, é contar com um software de RH que reflita na sua aparência a cultura da sua empresa. A análise de RH e das pessoas é também essencial para empresas que gerem forças de trabalho flexíveis para permitir a tomada de decisões de negócios orientadas por insights.

A chave para o sucesso das empresas que implementam iniciativas de trabalho flexível, como, por exemplo, a semana de trabalho de quatro dias, tem sito a utilização de dados. É obrigatória a avaliação dos níveis de produtividade e de envolvimento dos programas de trabalho flexíveis, bem como estudos para entender o sentimento dos funcionários. Para isso é necessário um sistema de RH que lhes dê informações poderosas na ponta dos dedos, para permitir a tomada de decisões verdadeiramente informadas por dados.


David Ginivan e Jessica Fuhl
Content Marketing Directors da Sage

Artigo de opinião publicado originalmente na Valor Magazine