A regra número um para gerir equipas diversas

Atualmente há um grande foco em como motivar a Geração Z (colaboradores nascidos de 1997 a 2012) ainda que ela apenas represente 30% da força de trabalho. Mas a questão mais premente é evitar uma abordagem de medida única ao gerir equipas diversas.

 

Agravada pela incerteza económica e pela relutância dos colaboradores em reformar-se muito cedo, a realidade é que nunca se registou uma diversidade geracional tão elevada como hoje. E isso está a criar muitos desafios novos para os diretores e profissionais de RH.

Em primeiro lugar, porque as diferentes gerações têm opiniões diferentes sobre a própria natureza da sua carreira. Onde antes era visto como negativo mover-se entre empregos com uma relativa fluidez, agora é muito mais comum que os funcionários se movam rapidamente entre as funções. Os trabalhadores têm também expectativas que vão crescer e mudar dentro da organização. Não querem ser subestimados e estão a pedir aos empregadores que reconheçam as suas necessidades únicas de desenvolvimento.

Como resultado, diversidade, equidade e inclusão (DEI) tornaram-se inegociáveis, e cada geração tem necessidades especificas alinhadas com o seu género, identidade, cultura ou até sexualidade. Por exemplo, estão a ser solicitadas por empresas em todo o mundo políticas de menopausa claramente definidas e há um apelo para que as organizações apoiem melhor os funcionários neuro-diversos.

E esse movimento já está a acontecer. Por exemplo, Espanha foi um dos primeiros países a implementar uma política de licença menstrual remunerada. A neuro-diversidade (um conceito cunhado por Judy Singer que surgiu com o intuito de promover a igualdade e a inclusão social) também avançou na agenda, com a consciência positiva de como esta tendência pode ser genuinamente benéfica para as organizações.

Porém, há muito mais a ser feito e a lista de prioridades para gerir equipas cada vez mais diversificadas continua a aumentar. O fato é que hoje a gestão de funcionários requer uma abordagem diferente e uma combinação mais holística de suporte técnico e humano.

 

Como utilizar a tecnologia para envolver as gerações

Os profissionais de RH devem-se perguntar-se, não só como utilizar a tecnologia para envolver uma única geração mais jovem, mas também como unir todas as gerações, socorrendo-se da tecnologia como elemento facilitador. Eis alguns dos fatores a serem consideradas:

  • Integrar a tecnologia no dia a dia dos funcionários para apoiar e cultivar a mistura de talentos no local de trabalho. Isso irá aumentar o envolvimento dos funcionários e acelerar as tarefas rotineiras para que a equipa se possa concentrar no que realmente faz a diferença. Por exemplo, com a tecnologia certa, os profissionais de RH podem aumentar o envolvimento, partilhando vantagens, construindo comunidades internas e utilizando a tecnologia para tornar as suas funções mais “humana”s.
  • Considerar a tecnologia como suporte na mudança para modelos de trabalho mais flexíveis ou híbridos. Por exemplo, utilizando a tecnologia para prever com eficiência os requisitos de mão de obra, assim como para criar e gerir cronogramas de tarefas e pessoas.
  • Integrar ferramentas de gestão de experiência nas organizações de modo a que os funcionários possam participar em inquéritos de bem-estar ou possam criar comunidades dentro da empresa para aumentar o sentimento de conexão.
  • Investir em sistemas de informação sobre o fluxo de trabalho que mostrem claramente como os principais projetos estão a evoluir – permitindo que as equipas reduzam as tarefas redundantes, simplifiquem as sequências de tarefas e tenham a certeza que existem recursos disponíveis para a conclusão das tarefas.

Não é exagero dizer que a tecnologia é uma das ferramentas mais poderosas para promover as forças de trabalho diversificadas, inclusivas e altamente produtivas. À medida que a escassez global de talentos continua a aumentar e a incerteza económica não mostra sinais de diminuir, o investimento em soluções digitais que apoiem os valores individuais, está a tornar-se um fator decisivo para os negócios.

 

Quais são as quatro tipo de gerações no trabalho

Embora seja verdade que a Geração Z se tornou no epicentro das mudanças na cultura empresarial, os estudos revelam que esta geração apenas representa cerca de 30% da força de trabalho global. Na realidade, existem atualmente cinco gerações distintas no ambiente de trabalho que importa levar em consideração. A regra número um é evitar uma abordagem única.

  • Generation Z – nascidos de 1997 a 2012
  • Millennials/Generation Y – nascidos de 1981 a 1996
  • Generation X – nascidos de 1965 a 1980
  • Boomers – nascidos de 1946 a 1964
  • Silent Generation – nascidos de 1928 a 1945

Fonte: Where Millennials end and Generation Z begins | Pew Research Center

 

Ceara Metcalf
Payroll and HR Strategy Director da Sage

Artigo de opinião publicado em Human Resources