“A transformação digital é feita de pessoas, emoções e cultura”

Nesta entrevista, Ana Teresa Ribeiro, Country Sales Leader da Sage, aborda o papel das pessoas no centro da digitalização. Saiba como a Sage presta apoio e orientação à jornada da digitalização de forma a criar uma mentalidade digital-ready na sua empresa.

 

Que obstáculos se põem à digitalização das PME?
As PME representam 99% do tecido empresarial português e a forma como lidam com novos desafios reflete-se em toda a linha na nossa economia. As PME digitalizadas demonstram maior resiliência, agilidade e inovação face às crises; as que não implementam planos sérios de transformação digital ficam para trás, incapazes de competir no mercado. Entre os obstáculos que encontram, podemos mencionar a falta de recursos e de financiamento, por exemplo, mas também a cultura e a mentalidade dos gestores, muitas vezes motivada pela falta de literacia digital. É preciso compreender que a digitalização é a ferramenta ideal (e vital) para a recuperação. Outra dificuldade ainda, e que a Sage está cá para colmatar, é a necessidade de apoio e orientação nesta jornada da digitalização. Esta tem sido a nossa grande prioridade nos últimos anos, com a colaboração dos nossos Parceiros.

 

A pandemia catalisou enormes transformações nas empresas. Que desafios surgiram?
Muitas das mudanças trazidas pela pandemia – como o teletrabalho e a explosão do e-commerce – continuarão a acompanhar-nos. A tecnologia pauta o ritmo da economia e as empresas têm de o conseguir acompanhar. Tudo isto aconteceu tão rapidamente que os principais desafios são adaptar o mindset e a estratégia às mudanças de forma ágil e inovadora, e sobretudo entender que o futuro é digital. Na Sage trabalhamos para garantir que as PME adotam da melhor forma a transição para o digital, e beneficiam dela o máximo possível. Vejamos por exemplo a cloud, um recurso que já é incontornável e cuja importância se reforçou neste período. Na Sage possibilitamos que cada Cliente escolha o ambiente cloud que melhor se ajusta à sua dimensão e especificidades de negócio. Queremos também estar sempre ao lado dos nossos Clientes e Parceiros: por exemplo, lançámos o programa Digital Partners, que ajuda os Parceiros a criar uma estratégia digital completa, com um website para cimentar a sua presença online, e reforçando toda a estratégia de Marketing para lhes permitir angariar mais negócio e crescer – e sempre connosco.

 

Como se colocam as pessoas no centro da digitalização?
O capital humano é efetivamente o centro e o motor da digitalização e de toda a vida organizacional. A tecnologia é uma ferramenta e o seu sucesso depende da forma como é utilizada, e também da mentalidade das empresas. A transformação digital é feita de pessoas, emoções e cultura – a tecnologia, as soluções e a infraestrutura são os apoios que nos permitem chegar lá mais facilmente. Não há empresas sem pessoas e os bons profissionais têm de tornar-se ainda melhores. Apostemos na formação contínua (os conhecimentos digitais e analíticos fazem a diferença) e em motivar as pessoas a ver mais além com coragem. Isto vai trazer às empresas mais crescimento, produtividade e eficiência – mas o lado humano será sempre imprescindível no mundo digital.

 

A falta de skills/formação pesa nas empresas ao transitar para o digital? Como se colmata?
A transição digital só é possível com recursos qualificados em várias áreas – uma das suas barreiras é a falta de conhecimentos in-house para aplicar soluções ou tecnologias avançadas. Também esta é uma das bandeiras da Sage: dotar os nossos Parceiros e Clientes de ferramentas e formação abrangente para, por exemplo, conhecerem o estado do mercado, obterem conhecimento jurídico ou conseguirem resolver os seus desafios técnicos de forma mais ágil e independente. Empresas capacitadas são mais inovadoras, e por isso mais competitivas.

 

Quanto importa o digital no futuro das PME e da economia?
Na Sage defendemos que a digitalização do ecossistema empresarial é um fator crítico de sucesso para superar os desafios económicos da atualidade. O sucesso empresarial consegue-se com uma combinação de transformação, talento e tecnologia, sem medo de assumir riscos e numa sólida estratégia pensada a longo prazo. A mentalidade digital-ready ganha ainda mais relevância nos modelos de operação remota ou híbrida, agora fundamentais para a continuidade dos negócios. Também os sistemas baseados na Cloud, para centralizar a informação e as ferramentas, são imprescindíveis para podermos continuar a operar em qualquer momento e lugar. Assim, as PME devem criar estratégias de transição digital baseadas em 3 pilares: antecipação, adaptação e mudança. Criar alianças com Parceiros e apostar na formação do capital humano é essencial para reativar a competitividade das PME portuguesas.

 

Entrevista publicada originalmente em O Jornal Económico