Na vanguarda da Transformação Digital

A partir do dia 1 de janeiro de 2023, a emissão de faturas eletrónicas passará a ser acompanhada por uma assinatura eletrónica qualificada. Nesta entrevista, Joaquim Machado, Compliance, Alliances & Business Development Advisor da Sage, aprofundou este e outros temas que estão na ordem do dia da transformação digital.

 

A Sage é líder de mercado na área dos sistemas integrados de gestão de contabilidade, salários e pagamentos e está comprometida em apoiar as ambições dos empreendedores, em todo o mundo. Desde a sua criação, de que forma é que a marca tem transformado a forma de pensar e de trabalhar, nomeadamente em Portugal?

A Sage, fundada, em 1981, em Newcastle, por David Goldman, o fundador do grupo, é também, na sua génese, um negócio de start-up. David Goldman empreendeu, com uma equipa de estudantes da Universidade de Newcastle, no sentido de desenvolver software capaz de automatizar a avaliação das necessidades de impressão e o procedimento contabilístico básico no seu próprio negócio, de uma forma mais eficiente. Compreendendo que outras empresas poderiam igualmente beneficiar destes conhecimentos, criou então a Sage para possibilitar a comercialização do software. Ao agir dessa forma, definiu uma categoria e atualmente permanecemos líderes mundiais nesse espaço.

À medida que os PCs se foram generalizando, a Sage cresceu e o seu negócio foi ganhando força. Cotada posteriormente na Bolsa de Valores de Londres em 1989 entra mais tarde, em 1999, no FTSE 100, no qual se mantém atualmente. É nesse ano de 1999 que a Sage chega a Portugal, liderando o mercado de software de gestão desde então e vindo a contribuir de forma expressiva e inequívoca para a transformação da forma de pensar e trabalhar.

Vários são os exemplos da forma como a Sage liderou os grandes momentos de transformação digital em Portugal nos últimos 25 anos. Desde a desmaterialização das declarações fiscais, iniciada na década de 90, passando pela adoção e implementação pioneira do SAF-T (normativo da OCDE para estandardizar reporte fiscal) por parte de Portugal em 2008, passando posteriormente pela certificação do software de faturação em 2011 (também aqui Portugal mais uma vez inovador face aos demais países da OCDE), até à digitalização de inúmeros outros processos que facilitam e agilizam a relação entre agentes económicos e as entidades governamentais e, mais recentemente, a digitalização da Contabilidade claramente impulsionada pela pandemia que obrigou os agentes económicos e os contabilistas certificados a mudar a forma como interagiam entre si. Em todos esses momentos a Sage sempre esteve presente de forma inequívoca.

 

Como é que a Sage ajuda, efetivamente, os seus Clientes na gestão dos negócios, através de uma nova geração de soluções de software?.

As nossa soluções são desenvolvidas e pensadas para ajudar as empresas, sejam elas de pequena dimensão, start-ups, empreendedores que iniciam a sua atividade, médias ou grandes empresas a poupar tempo para levar o seu negócio ao nível seguinte, independentemente da etapa em que se encontra no seu percurso.

São soluções que pretendem ser uma ferramenta eficaz para ajudar as empresas a gerir as diversas áreas do negócio dos Clientes, desde a simples necessidade de gerir a faturação, contabilidade, recursos humanos ou tesouraria até à necessidade de gerir seja a produção, a distribuição e logística, a área de serviços ou da área da indústria alimentar.

A Sage disponibiliza um portefólio de soluções muito abrangente para empresas de pequena média ou grande dimensão bem como soluções setoriais para áreas com necessidades muito especificas como é o caso dos Gabinetes de Contabilidade.

 

De que soluções estamos a falar e em que medida, as mesmas, vão ao encontro das necessidades das startups e das médias e grandes empresas?

Para o segmento das start-ups/microempresas que necessitam essencialmente de uma pequena solução de faturação a Sage tem uma solução cloud designada de “Sage One”. Estas empresas de muito pequena dimensão, não necessitando muitas das vezes de soluções noutras áreas como a da Contabilidade e Recursos Humanos, recorrem a Contabilistas Certificados/Empresas de Contabilidade para as quais a Sage tem também um produto de referência, o “Sage for Accountants”. O “Sage for Accountants” é uma solução desenhada por Contabilistas para Contabilistas e inclui todas as ferramentas que este segmento de mercado necessita para prestar um serviço de excelência aos seus Clientes num mercado muito competitivo e exigente. No conjunto de ferramentas que esta solução agrega, além de naturalmente as soluções de Contabilidade, Recursos Humanos, Gestão de Ativos, Faturação do próprio gabinete e para faturação em nome dos seus Clientes, inclui ainda um conjunto vasto de ferramentas de automatização de processos, nomeadamente a Gestão de Obrigações, Gestão de Gabinete e Arquivo Digital contabilístico.

Ainda para o segmento das micro e pequenas empresas que representam mais de 96% do tecido empresarial português (são mais de 1,3 milhões em Portugal, segundo dados da Pordata relativos a 2020) a Sage tem como soluções a “Sage 50cloud Faturação” e a “Sage 50cloud Loja” para qualquer tipo de loja. A oferta “Sage 50cloud” também inclui soluções de Contabilidade, Recursos Humanos e Gestão de Ativos. Num mundo cada vez mais digital a “Sage 50cloud” agrega também soluções de e-commerce permitindo que estas empresas possam gerir de forma eficaz quer os seus espaços físicos quer os pontos de venda online.

Para o segmento médias e grandes empresas a Sage oferece o “Sage X3”, um ERP para médias e grandes empresas que precisam de gerir eficazmente todo o negócio, acelerando-o desde a aquisição à produção, ao armazenamento, às vendas, ao serviço ao Cliente e à gestão financeira, fornecendo perceções sobre custos e desempenho mais rápido em todas as etapas e a uma escala global.

 

Tendo em conta as áreas onde a Sage opera, como se encontra atualmente o panorama nacional no que diz respeito à digitalização?

No que toca à digitalização, o mercado está extremamente dinâmico, tendo-se assistido nos últimos anos, muito derivado da pandemia e da necessidade de suportar o teletrabalho, a uma enorme transformação. Quer no segmento empresarial onde as empresas se viram na necessidade de levar para o digital os seus negócios, desde as pequenas lojas de bairro até às empresas de maior dimensão, implementando em tempo record lojas online, quer no segmento dos contabilistas que, vendo-se privados da interação física com os seus Clientes, se sentiram obrigado a adotar soluções quer de digitalização da contabilidade como o Arquivo Digital, quer ao nível da automatização da colaboração entre o contabilista e o cliente a dinâmica é enorme.

A Sage naturalmente e, como em outros momentos, acompanhou a tendência do mercado e tem hoje soluções inovadoras que vão de encontro ao que o mercado solicita. No segmento empresarial a Sage tem desde logo oferta de soluções de e-commerce que integram com todas as soluções Sage bem como no segmento dos contabilistas uma solução muito poderosa de Arquivo digital contabilístico e uma solução que chamamos de “Contabilidade Connection” que agiliza e automatiza a colaboração Contabilista/Cliente ao permitir a troca de informação completamente automática entre ambos.

 

Uma das mudanças que está para breve é a emissão de faturas eletrónicas, que irá passar a ter de ser acompanhada por uma assinatura eletrónica qualificada (ou por um selo eletrónico qualificado), a partir de 31 de dezembro. Para melhor entender, o que irá mudar e quais os benefícios esperados desta nova legislação?

A partir de 1/1/2023 as empresas que já hoje recorrem ao envio de faturas em formato eletrónico, ainda que um simples PDF assinado hoje por um certificado avançado, precisarão de, para estar em conformidade com a nova legislação, passar a assinar as faturas através dum certificado qualificado. Para responder cabalmente a estas novas exigências/regras para a Fatura Eletrónica a partir de 1/1/2023 a Sage disponibilizou já há mais de um ano em todas as soluções uma integração com a plataforma SAFE da AMA – Agência de Modernização Administrativa. Também ao nível da faturação eletrónica à Administração Pública as empresas têm de acautelar alterações que entram também em vigor a partir de 1/1/2023, após algumas alterações sucessivas que temos assistido.

Os benefícios esperados são diversos sendo de destacar claramente a agilidade nos processos de envio, poupando desde logo tempo e custo com a impressão e menores gastos associados ao envio de faturas em suporte papel via CTT. Também o de dar uma imagem de modernidade a Clientes e concorrentes ao adotar uma solução inovadora e naturalmente o de substituir o arquivo físico de faturas que exige espaço físico de armazenamento/arquivo por arquivo eletrónico rapidamente acessível e com o mesmo valor legal que o velho arquivo físico em pastas. Este último benefício tem dupla faceta ao permitir que também os clientes das empresas deixem de ter eles também necessidade de arquivar faturas impressas, otimizando e poupando no espaço físico.

 

Contudo, não podemos esquecer que muitas empresas portuguesas estão atrasadas na transformação digital. Na sua perspetiva, de que forma este facto se irá refletir na implementação da fatura eletrónica? Que desafios são esperados?

Diria que essencialmente falta sensibilização. Estamos a três meses do prazo e as empresas precisam essencialmente de serem sensibilizadas. Duma maneira geral as empresas não estão assim tão atrasadas, sendo a utilização de soluções do ponto de vista legal, generalizado. A verdade é que o processo de transformação digital tem sido uma constante e as empresas têm vindo a se adaptar a alterações no âmbito da transformação digital adotando soluções que incorporam já hoje a colocação dum QRCode nas faturas (obrigatório já desde 1/1/2022), comunicação de faturação em tempo real à Autoridade Tributária em alternativa ao processo manual de comunicação mensal via ficheiro SAF-T.

Referir também que no que toca à sensibilização das empresas, a própria AT tem um papel importante e crucial. Prova disso é a recente iniciativa de controlo das obrigações de faturação, mas também de caráter preventivo e pedagógico levada a cabo pela AT.

 

As soluções Sage são, em si, um recurso fundamental para proceder a aposição de uma assinatura digital qualificada nas faturas eletrónicas. Como tem vindo, a Sage, a promover a transformação digital das empresas?

Como é sabido, a obrigatoriedade de aposição duma assinatura digital qualificada impunha-se a partir de 1/1/2021 sendo, no entanto, sucessivamente adiado por parte da AT por força da pandemia e de todos os desafios que nos trouxe.

A Sage tem as soluções preparadas já há bastante tempo como referido anteriormente e levou a cabo já no passado ano de 2021 e este de 2022 sessões/webinars de sensibilização dos Parceiros. Temos agora previsto, já este mês, um conjunto de ações de divulgação e sensibilização para que os nossos Parceiros e Clientes consigam de forma cabal estar preparados para as alterações.

 

Por fim, que novidades de produto o mercado pode esperar?

Brevemente apresentaremos uma solução que permitirá aos nossos Contabilistas utilizadores da solução “Sage for Accountants” a poder utilizar em qualquer lugar e a qualquer hora sem que necessitem de estar no seu gabinete.

 

Entrevista publicada originalmente na revista Pontos de Vista