Transformação das PME: as empresas e um ecossistema em mudança para alcançar o sucesso

As empresas entraram, subitamente, numa fase de transição, tornada necessária devido à profunda mudança de uma sociedade agora caracterizada por novos hábitos e novas formas de fazer negócio. 

Esta transformação das PME deve ser interiorizada se elas quiserem acertar o passo com uma sociedade feita de incertezas e novos desafios. Certas funções de apoio como os RH, os órgãos de gestão e a inovação têm um papel essencial a desempenhar. Então, como podem as PME enfrentar este desafio?


Compreender a mudança e torná-la consistente dentro das empresas

Hoje em dia, as empresas são verdadeiros atores de mudança, mudança essa que deve ser considerada um fator essencial de desenvolvimento e envolver todos os colaboradores. A preocupação central é assegurar o desenvolvimento da organização, tendo em conta novos comportamentos e novas expectativas laborais. As exigências do colaborador em relação à empresa onde trabalha mudaram e esta deve fomentar uma nova relação que permita envolver os trabalhadores nessa transformação.

Isto requer uma organização com mais autonomia, mas sobretudo mais possibilidades de intercâmbio e comunicação entre os colaboradores, de modo a promover a iniciativa e a assunção de riscos como sendo novos valores de confiança. A inovação ajuda a alcançar esse objetivo, tanto ao nível tecnológico como de hábitos de trabalho. A tecnologia dá todo o seu apoio e tem um papel simplificador na vida diária e os hábitos permitem a integração sustentável da mudança.

As funções de gestão e apoio também devem evoluir e contribuir para o sistema. A direção assume assim o papel de veículo de confiança e de facilitadora de iniciativas. Por outro lado, os recursos humanos garantem ativamente a ligação e colaboração entre todos para tornar a empresa atrativa e dar sentido às suas bases fundamentais.

 

Transformação das PME: Acompanhar a mudança e antecipar a sua aceleração

As PME são confrontadas não só com esta mudança, mas também com a sua aceleração permanente, que deve agora antecipar e, sobretudo, dominar. Devem torná-la não só aceitável, mas também totalmente compreensível para os seus trabalhadores, muitas vezes mais rápidos a fazer mudanças na sua vida diária e por conseguinte ansiosos de ver essas mudanças refletidas na sua organização.

A empresa deve então agir junto de todos para propor esta transformação e voltar a estar em sintonia com a sociedade. Esta proposta deve ser levada a cabo num ambiente de coesão transformadora. A ideia não é mudar só por mudar, mas verificar se essa mudança está de acordo com as necessidades de evolução da empresa. A comunicação renovada e as interações estimuladas, nomeadamente pela função RH, ela própria transformada, reforçam as relações propícias à integração da mudança e sobretudo a capacidade de a antecipar a qualquer momento, seja de que forma for. Isto permite à empresa ser mais ágil e não apenas reativa à mudança. A função RH não deve limitar-se a criar ligações, deve focar-se também na criação de significado para que os indivíduos entendam a mudança tal como ela acontece dentro da empresa e reforcem o seu empenho.

 

Assegurar a mudança, particularmente através da inovação

A inovação deve desempenhar um papel fundamental na transformação das PME, não sendo apenas uma das fontes desta transformação, mas também uma fonte de aceleração e segurança.

Esta inovação tecnológica, comportamental e operacional deve, acima de tudo, ter por objetivo o sucesso da mudança. Para tal, a empresa deve envolver os seus colaboradores, alimentando-se das suas ideias pois são eles que estão em contacto direto com o terreno. Desta forma, a empresa atrai a atenção de cada indivíduo, tornando-se assim mais eficiente e bem-sucedida. Esta construção conjunta, já praticada por algumas empresas, torna a inovação útil e relevante para simplificar o dia-a-dia bem como para otimizar a produtividade e, consequentemente, os negócios.

A gestão e os RH também devem inovar para acompanhar o movimento. Para tal, devem começar por si próprios, assumindo riscos e a sua própria transformação. Os gestores devem ser mais confiantes e os RH mais audazes.  Cada um deles tem o papel de reconectar a empresa com a sociedade, permitindo um desenvolvimento baseado na força de colaboradores empenhados e, acima de tudo, em harmonia com a finalidade da empresa. A proposta torna-se assim mais ambiciosa e representa uma mais-valia para a dinâmica das PME.

As PME, perante um cenário complexo e incerto, estão a assumir o desafio da transformação tornando-me mais ágeis e certamente mais empenhadas com as suas equipas. Apesar da mudança, vão mantendo o seu ADN para ter mais sucesso e antecipar um futuro incerto, mas sem dúvida cheio de oportunidades.

 

Asavin Wattanajantra
Especialista em TI e Inovação para PME

Artigo publicado originalmente em Blog Sage Advice