Como a digitalização está a mudar os pequenos negócios
Há negócios que conseguiram reinventar-se graças às ferramentas digitais. Mas, calcula-se que, em média, a digitalização das operações, dos procedimentos internos e das vendas, não tenha chegado sequer a um terço do seu potencial. A escolha de bons Parceiros, especialistas na área, é, como sempre, fundamental.
O digital tem revelado ser, desde o início da pandemia, um aliado dos empresários, sobretudo nos negócios de menor dimensão. O movimento de pessoas reduziu-se, vieram as restrições ao número de clientes que podem estar ao mesmo tempo dentro dos espaços comerciais e, dada a obrigatoriedade do uso de máscara, a experiência de ir às compras já não é tão agradável. As plataformas digitais têm ajudado a contrariar e compensar estes efeitos negativos. Há negócios, sobretudo na área do comércio ou restauração, que puderam mesmo reinventar-se graças a estas ferramentas.
Apesar do contacto presencial se ter reduzido, graças ao digital continua a possivel contactar as pessoas, marcar reuniões e encontros virtuais e fechar negócio com fornecedores e outros parceiros. Outra benesse para os pequenos negócios, trazida por uma maior aposta na digitalização, passa pelas possibilidades de redução de custos. Estruturas mais pequenas têm menor escala para compensar com receitas as despesas do negócio, sendo certo que tais custos tendem a ser proporcionalmente mais pequenos. Mas as receitas têm encolhido de tal forma em muitos setores que, qualquer benesse vinda do lado de uma maior eficiência, é preciosa.
A digitalização pode trazer inúmeras vantagens nesse âmbito. Traz até uma certa democratização, na medida em que há investimentos em espaços físicos ou em redes de distribuição que não são necessários e que permitem que negócios que de outra forma não chegariam a tantas pessoas ou aos mercados pretendidos consigam, assim, acontecer.
O facto de hoje estarmos a regressar a políticas de maior restrição de movimentos dos cidadãos, devido ao aumento generalizado de contágios, faz com que volte a ser preciso apostar nestes canais alternativos. Isto nas situações em que o negócio em causa assim o permitir, claro. O regresso em força da pandemia voltou a realçar a importância deste recurso, tornando-o não só um possível caminho, mas uma verdadeira necessidade.
E é também uma forma de mostrar aos clientes que a empresa se adapta às suas necessidades, proporcionando-lhe a oportunidade de continuar a comprar de forma segura e prática. O que vai desde a forma como pode fazer os pagamentos ao modo como os produtos lhes chegam.
A complexidade de digitalizar
Dizer que a digitalização pode ser uma arma importante para os pequenos negócios, em muitas vertentes, não significa que seja um processo simples ou fácil para todas as empresas. Pelo contrário. Os diferentes estudos que têm sido feitos um pouco por todo o mundo, nomeadamente por intermédio de consultoras internacionais, mostram que não são ‘favas contadas’ para ninguém.
A demora, maior do que o desejável, na caminhada para a digitalização não é exclusiva das PME, que em Portugal são o grosso do tecido empresarial. Também é uma realidade nas grandes empresas, dizem-nos os inquéritos que têm sido feitos às mesmas. Tal aplica-se não só aos processos internos como ao contacto com o exterior, nomeadamente em setores onde é preciso responder à maior procura dos consumidores pelo e-commerce, no atual contexto.
Na generalidade das empresas, calcula-se que, em média, a digitalização das suas operações e procedimentos internos, assim como das suas vendas, não tenha chegado sequer a um terço do seu potencial. E porquê?
Um dos principais motivos está no delay que existe entre o momento de fazer os investimentos para que essa digitalização ocorra e aquele em que o retorno chega e se traduz em benefícios para o negócio. Outro tem a ver com as competências das estruturas de pessoal para responder a esse novo paradigma.
É preciso preparar os quadros, com formação para tal, e comprometê-los com este novo caminho para que os resultados cheguem. Mesmo para os gestores de topo, este é um processo que pode não ser imediato. É que em causa estão alterações que podem mesmo ser complexas. E, consoante as áreas de negócio em causa, mais tradicionais ou não, de empresas jovens ou instaladas há muito no mercado, assim também será a adaptação à mudança. A escolha de bons Parceiros, especialistas nesta área, é, como sempre, fundamental.
Keir Thomas-Bryant
Especialista da Sage nas áreas de Consultoria Financeira e de Investimento
Artigo publicado originalmente no blog Sage Advice