Retomar Portugal: reveja os melhores momentos
O ciclo de conferências setoriais, organizadas pela JN e a TSF, em parceria com a Sage, para debater os caminhos e as estratégias que permitam Retomar Portugal terminaram em Janeiro. Destacamos as mensagens-chave da conferência dedicada à Indústria.
O JN e a TSF, em parceria com a Sage, organizaram um conjunto de conferências setoriais, com o mote de debater caminhos e estratégias que permitam Retomar Portugal, uma iniciativa que teve o alto patrocínio do Ministério da Economia. Recordamos os melhores momentos da conferência dedicadas à Indústria, realizada no dia 14 de Janeiro.
Os caminhos da reindustrialização
Os oradores defenderam que a crise sanitária deverá ser aproveitada de forma inteligente de modo a que os seus efeitos na economia sejam revertidos no sentido da Reindustrialização. Esta ideia foi defendida por Luís Mira Amaral. O ex-ministro da Indústria considerou que o caminho é apostar no tripé: “produção de bens de alto valor (associado ao conhecimento), a digitalização e o ambiente”. Uma visão partilhada pelo diretor geral da Cotec, Jorge Portugal, que considera que Portugal, tem investido nas Indústrias do conhecimento faltando, no entanto, o passo seguinte, ou seja, “criar bens de alto valor para poderem competir no mercado com países como a Índia, a China e o Japão”.
A aposta na Reindustrialização só poderá avançar em força quando a crise pandémica estiver ultrapassada e a atividade económica começar a recuperar passando-se depois à fase da estabilização económica com a redução do endividamento. Filipe Vilas Boas, administrador da Schmidt Light Metal, considerou fundamental que o Estado, a União Europeia e a própria banca apoiem o investimento na Indústria. Luís Carlos Alves, diretor do BPI, admitiu que a Indústria é apetecível para a banca até porque o seu risco é mais baixo do que em outros setores. O responsável acrescentou que “a Indústria está vocacionada para a exportação e quem exporta tem de ter mais competências do que quem vende para o mercado interno”.
Aproveitar a bazuca da União Europeia
Recorde-se que para ajudar os estados membros a mitigar os efeitos da crise, a Comissão Europeia aprovou um pacote de recuperação de 1,8 biliões de euros, cabendo a Portugal mais de 45 mil milhões de euros. Este pacote integra o orçamento plurianual para 2021-2027, de 1,07 biliões de euros, e o Fundo de Recuperação de 750 mil milhões de euros.
Pedro Ferraz da Costa, presidente do Fórum para a Competitividade acredita que esta é uma boa oportunidade para a Europa reduzir a dependência do mercado asiático: “Nós abandonamos muita da atividade industrial, convencidos de que podíamos comprar tudo na China ou na Índia e de que não teríamos nenhum problema com isso e, infelizmente, temos. Há setores onde a dependência se tornou muito grande e se a produção se concentrar só num ou dois países, eles vão poder impor preços mais elevados e isso é mau”. Também o economista José Manuel Félix Ribeiro, chamou a atenção para o estado de um setor que, na sua ótica, está enfraquecido há muito tempo: “Deixamos de ter indústria pesada com a adesão à União Europeia. O que tínhamos de indústria química e mineral foi fechado, assim como parte da indústria metalomecânica. O setor da indústria pesada que existia em Portugal, em 1974, foi destruído ao longo de décadas, muito antes da pandemia”.
Agenda do ciclo de conferências por vertical
- Têxtil, Vestuário e Calçado
- Douro e Vinho do Porto
- Saúde e Apoio Social
- Novas formas de Turismo
- Imobiliário, Construção e Obras Públicas
- Indústria
- Comércio Internacional
As conferências Retomar Portugal foram transmitidas em direto nos sites do JN, da TSF e no Linkedin do BPI. Pode consultar o programa completo e rever os principais momentos aqui.