Sage Partner Kickoff: recorde os melhores momentos

Energia, Economia, Tecnologia e Inovação foram os temas debatidos pelos especialistas convidados da Sage Session, realizada em novembro, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. Recorde as ideias essenciais que foram partilhadas durante os painéis de debate.

 

O FY23 Partner Kickoff, começou com uma Sage Session de manhã, dirigida a Clientes, Novos Clientes e Parceiros, que incluiu três painéis de debate, moderados pelo jornalista João Moleira. As sessões contaram com a participação de reconhecidos especialistas de cada setor, que analisaram os grandes temas que hoje afetam a economia mundial e nacional e, em consequência, a gestão das empresas.

Veja o vídeo dos melhores momentos.

 

Painel 1: O insustentável peso da Energia

João Torres, presidente da Associação Portuguesa da Energia (APE), recordou que “há muito tempo que sentimos a crescente relevância dos temas associados à transição energética”, algo que se acentuou com o aumento dos preços dos combustíveis fósseis em resultado da guerra na Ucrânia e da pressão sobre a procura dos países europeus (alguns dos quais regressaram ao carvão e nuclear). O especialista alertou que “não é previsível que os preços voltem rapidamente ao que eram”. Em Portugal, referiu que o debate passou das rendas excessivas para os problemas da seca e das interligações europeias. “Hoje vive-se uma fase de grande dinamismo no setor dadas as nossas vantagens comparativas nas fontes renováveis (água, vento, sol) e ao crescimento do autoconsumo”. 

A propósito deste tema, Bernardo Cordeiro de Matos, da Grow Capital Partners, assinalou que as empresas também estão cada vez mais despertas para a necessidade de se tornarem produtoras de energia de modo a reduzirem a sua fatura energética e contribuírem para a sustentabilidade. “Houve um aumento exponencial no último ano, dado que o investimento se recupera rapidamente”. Miguel Mourão, da Engie Portugal, recordou que “a guerra criou problemas novos ao nível da logística e prazos de entrega” e expressou o seu otimismo “à medida que os preços regressem à normalidade e o PRR melhore os níveis de execução”.

Por fim, José Afonso, apresentou o caso da Just a Change, associação sem fins lucrativos que reabilita as habitações de famílias carenciadas. “Somos o segundo país da União Europeia com maior taxa de mortalidade no Inverno devido à falta de isolamento e aquecimento nas casas. Trabalhamos por todo o país, em parceria com municípios, empresas e voluntários, para combater a pobreza habitacional”. 

 

Painel 2: Inflação, Estagflação, Recessão. Há estratégias para crescer?

Coube a Paulo Portas fazer, com o brilhantismo que se lhe reconhece, o enquadramento macroeconómico global. No que se refere a Portugal referiu que o PIB deverá crescer 6% este ano, valor apenas ultrapassado pela Irlanda, só que, em 2023, devemos voltar a um crescimento modesto (entre 0,7%, segundo o FMI e 1,3% nas estimativas do Governo). “O que nos salva é o turismo. Também são fatores positivos o impacto da ´bazuca europeia`, os estrangeiros que compram ativos em Portugal e o mix energético favorável proveniente da Argélia, Nigéria e Estados Unidos”. O problema é a inflação, que foi acelerada pela guerra e hoje está em dois dígitos, não sendo expectável que caia rapidamente. “É uma variável que, em conjunto com a subida dos juros, ameaça sobretudo os mais pobres e a classe média”. 

Bruno Bobone, presidente do grupo Pinto Basto, recordou que “quando os custos da logística descerem, a reduzir dos preços ainda levará algum tempo” e lamentou que os trabalhadores venham a beneficiar de aumentos salariais de 5% em 2023, quando a inflação estará nos 7%. Diogo Caldeira Pinto, da Perfumes & Companhia, alertou que os retalhistas passam hoje por um duplo problema “após sairmos da pandemia, quando se esperava uma retoma do consumo, as pessoas passaram a ter medo da crise que pode vir”. Pedro Rebelo, da CGI, apresentou um cenário mais positivo no setor da Contabilidade, “tivemos o melhor ano de sempre”, apesar do aumento das tarefas e da dificuldade em encontrar técnicos”.

 

Painel 3: Criatividade, Inovação e Tecnologia 

João Silva, da Startup Portugal, salientou as vantagens do país na atração de startups e a importância de iniciativas como os Startup Vouchers (fundo de apoio a projetos digitais e sustentáveis) ou o Empreende XXI, chamando à atenção que “falta um estatuto claro para as startups a nível fiscal”. Bernardo Maciel, CEO da Yunit, acrescentou que “nunca houve um contexto tão favorável às empresas em termos de apoios comunitários”, relembrando que já se podem fazer pré-candidaturas ao PT2030. Por fim, Fernanda Dias, diretora do Center of Excellence da Sage, encerrou a sessão com o compromisso de que a Sage continuará fiel à sua missão de ajudar as PME a crescer. “Temos 41 anos, já não somos propriamente uma startup, embora esse espírito de comunidade e de aprendizagem contínua, se mantenha”.