Entrevista a Fernanda Marmelo, People Business Partner Sage

“Penso que mais do que as competências e a experiência que são necessárias, é fundamental a paixão pelas pessoas e a vontade de as servir e apoiar”

Fernanda Marmelo está na Sage há 15 anos e foi a sua paixão pelas pessoas e a vontade de as servir e apoiar, em conjunto com as suas competências e a experiência que a conduziram ao cargo que ocupa.

O que considera ser fundamental num profissional foi o que levou Fernanda Marmelo, People Business Partner da Sage, ao cargo que hoje ocupa – “a paixão pelas pessoas e a vontade de as servir e apoiar”, mas também a sua experiência e competências. Na Sage há cerca de 15 anos, espera poder continuar a contribuir para os objetivos da empresa, da forma certa.

Chegou à Sage Portugal em 2004. Que funções lhe estavam consignadas aquando da sua chegada, como HR Coordenator?

Cheguei à Sage Portugal em setembro de 2004, com a missão de desenvolver o modelo de avaliação de desempenho. Vinha da Deloitte, da área de human capital e conhecia a Sage como cliente, tendo participado em alguns projetos que desenvolvemos em conjunto. Na Sage Portugal, na altura, havia, no âmbito da direção financeira, uma área de “gestão de pessoal”, onde eram assegurados os processos administrativos de RH (gestão dos contratos, gestão de ausências, processamento de salários, obrigações legais) e no Grupo Sage estava a iniciar-se a aposta na área mais estratégica, com a implementação dos processos de gestão por objetivos e avaliação de desempenho. Foi então, nesse contexto, que aconteceu a minha contratação e, uma vez concluída a implementação do novo modelo de avaliação de desempenho, fui convidada a ficar com a responsabilidade da área de RH da Sage.

Hoje, como People Business Partner da Sage, como é que contribui para a área de recursos humanos da empresa?

Gosto de me ver como alguém que trabalha para o equilíbrio das necessidades e expectativas dos colegas, sempre com a visão e os objetivos de negócio da empresa em mente. Como people business partner da Sage, asseguro a entrega da agenda de people em Portugal. Tenho que estar próxima do negócio (faço parte da equipa de gestão), compreender bem as nossas necessidades locais, assegurando que temos as pessoas com as competências e o talento adequados, comprometidas com a nossa cultura, alinhadas com a nossa estratégia e focadas na entrega de um serviço excelente aos nossos clientes, contribuindo para o sucesso dos seus negócios.

Que fatores considera estarem por detrás do cargo que ocupa atualmente?

Penso que mais do que as competências e a experiência que são necessárias, obviamente, é fundamental a paixão pelas pessoas e a vontade de as servir e apoiar. Hoje é claro para todos que quando as pessoas se sentem bem e são capazes, comprometem-se, trabalham com gosto e não se contentam em atingir os objetivos, mas divertem-se a ultrapassá-los e com isso desenvolvem-se e crescem. Criar este ambiente nas empresas é a nossa missão. Na Sage, encontrei valores e uma cultura com a qual me identifico profundamente e que me permite trabalhar com esse objetivo.

Numa análise evolutiva dos cerca de quinze anos na empresa, como é que descreve a política de recursos humanos da Sage?

Evoluímos imenso. A área de RH foi acompanhando a transformação que toda a empresa a nível global foi sofrendo e hoje temos processos organizados, suportados por tecnologia avançada, políticas, modelos e práticas focadas no sucesso dos nossos colegas. Temos acesso a recursos excelentes que nos permitem servir e acompanhar os nossos colegas desde que são recrutados até que deixam a nossa organização, apoiando-os na gestão da sua vida na empresa, de forma a potenciar o seu máximo desenvolvimento, permitindo-lhes que sejam eles próprios no seu trabalho, que se sintam felizes e trabalhem com gosto, servindo de forma exemplar os nossos clientes e parceiros de negócio, contribuindo assim para o atingimento dos resultados da empresa. Por último, e não menos importante, é através da Sage Foundation que retribuímos à comunidade em que nos inserimos parte dessa riqueza, utilizando algum do nosso tempo de trabalho em atividades de voluntariado (disponibilizamos a cada colega, até cinco dias por ano), o que nos dá um sentido de maior realização como profissionais, mas também como seres humanos.

Considerando a dificuldade associada ao recrutamento, e até à sua permanência na empresa, de perfis da área das tecnologias de informação, que condições oferecem aos profissionais, nestes dois momentos?

Antes de mais, a nossa cultura, que é baseada em valores muito concretos e que apelam ao respeito pelas pessoas, pelas suas diferenças, a preocupação com o seu desenvolvimento, colocando-as muitas vezes em situações exigentes e que as desafiam, permitindo-lhes que cresçam e que tenham sucesso, como profissionais e como seres humanos. A nossa informalidade é também um ponto importante e apreciado por todos. Temos um excelente ambiente de trabalho que valorizamos muito e nos faz vir trabalhar todos os dias cheios de vontade e energia, os nossos líderes, que são abertos e disponíveis, e não podemos esquecer o peso da herança da nossa marca e percurso enquanto empresa sólida, cotada na Bolsa de Londres e integrada no FTSE 100. Somos uma marca forte suportada pelos mais de 13 mil colegas distribuídos pelos 23 países onde a Sage está presente. Esta presença no mercado global acaba por gerar um ambiente muito rico e diverso e oportunidades de carreira muito interessantes. Somos uma empresa num setor crítico e muito dinâmico, sempre em mudança constante, cada vez mais inovadora e que luta, diariamente, para se tornar a melhor empresa SaaS para os seus colegas, clientes e parceiros. Resumindo, tenho a certeza que estamos muito alinhados com o que as novas gerações procuram nas empresas que escolhem para trabalhar.

São as condições que os profissionais mais valorizam?

As novas gerações valorizam serem eles próprios no trabalho, poder conciliar a vida pessoal e profissional e a Sage tem sido uma empresa pioneira no que diz respeito a estes benefícios. Temos feito uma grande evolução no que respeita ao modelo de “trabalho flexível”, permitindo que os nossos colegas possam trabalhar a partir de casa alguns dias na semana e poderem, eles próprios, de acordo com o fluxo de trabalho, escolher em que dias vêm ao escritório. Gostam da mudança, de ser desafiados, de estarem em constante aprendizagem e serem expostos a novas situações e experiências. Posso afirmar com toda a certeza que a nossa cultura, a nossa ambição e a nossa estratégia asseguram essa adrenalina.

A política de formação que desenvolvem é valorizada pelos colaboradores?

Sim, passámos dos tradicionais programas estruturados de formação, para uma abordagem que exige uma atitude proativa e de ownership do seu próprio desenvolvimento. Utilizando a tecnologia, é possível disponibilizar numa plataforma o acesso a um conjunto imenso de recursos e ligações a empresas e entidades, especialistas nas diferentes áreas do saber. Por exemplo, o inglês é a língua predominante no Grupo Sage e, por essa razão, todos nós temos que a aperfeiçoar constantemente e, para isso, temos ao nosso dispor várias ferramentas que podemos escolher de acordo com as nossas preferências para este fim. Na Sage, seguimos o modelo de aprendizagem que põe o foco no “fazer” e no “experimentar”, por isso temos vários programas internos que permitem aos colegas experimentar novas funções, participar em projetos transversais, onde têm oportunidade de fazer coisas diferentes e se exporem e descobrirem novas capacidades e aptidões. Cada colega na Sage tem, por ano, cinco dias de trabalho para dedicar a formação e ao seu desenvolvimento.

Como é que se formam profissionais sobre preconceito inconsciente?

Quando os colegas entram na Sage, no âmbito do programa de On-Boarding, são convidados a fazer uma série de módulos de e-learning relacionados com as nossas políticas e com o nosso Código de Ética e este, em particular, é muito incisivo no que respeita ao tema. Temos uma cultura inclusiva e de respeito pela diferença, que consideramos ser uma mais-valia e, nos últimos anos, temos promovido de forma muito ativa a nossa área de D&I (diversidade e inclusão), através de um calendário anual de atividades de sensibilização e promoção em que envolvemos todos colegas. Importante ainda de referir que temos disponíveis meios para que os colegas denunciem anonimamente qualquer caso de descriminação ou assédio que sofram ou de que tenham conhecimento na nossa organização.

A Sage está empenhada em aumentar o número de mulheres em funções de liderança e tecnologia. Quantas mulheres empregam em cargos de IT e de liderança e como é que operacionalizam esse objetivo?

Sim, somos contra qualquer tipo de discriminação e somos a favor do profundo respeito por todos e queremos que os critérios para o crescimento dentro da nossa organização sejam o mérito e a competência. A Sage Portugal, por exemplo, é um caso de estudo no Grupo, porque a nossa equipa de gestão é composta, na sua maioria, por mulheres. Numa equipa de 13 elementos, dez são mulheres, o que é para nós um motivo de grande orgulho. No que diz respeito aos cargos de TI, são ainda maioritariamente ocupados por homens, mas temos aumentado cada vez mais o número de mulheres nestas funções. Acompanhamos já a média do Grupo, com uma percentagem de 30% de mulheres, na Sage Portugal, a desempenhar funções ligadas à tecnologia.

No futuro, como é que pretende continuar a contribuir para a área e função de recursos humanos da Sage?
A nossa ambição é grande, a nossa estratégia exigente e desafiante e, por isso, temos que executar de forma exemplar. Espero poder continuar a contribuir para que consigamos cumprir o que nos propormos, assegurando que o fazemos da forma certa, num ambiente saudável, de confiança e respeito por todos, vivendo de forma séria a nossa cultura e os nossos valores, nunca esquecendo o nosso “dever” para a comunidade, de causarmos um impacto positivo e tornarmos o nosso mundo num lugar muito melhor para todos.

 

Artigo publicado originalmente em InfoRH