Porto: “Frida Kahlo – as suas fotografias”

Este é o nome da exposição inaugurada este mês no Centro Português de Fotografia (antiga Cadeia da Relação) do Porto que dá a conhecer uma nova perspetiva sobre a vida turbulenta de uma das figuras mais misteriosas e emblemáticas da arte latino-americana.

A exposição “Frida Kahlo – as suas fotografias”, inaugurada no dia 6 de julho, data do nascimento da pintora mexicana em 1907, revela a intimidade de Frida Kahlo, uma das figuras mais icónicas e controversas da arte mundial. Ao todo são 241 fotografias inéditas que representam as diversas fases e pessoas que marcaram a vida da carismática artista e que vão ser agora partilhados com a cidade do Porto durante quatro meses (até ao dia 4 de novembro).

 

Um arquivo adormecido

Apesar da importância que a fotografia tinha para Frida, a maior parte da sua coleção de fotografias esteve escondida do público durante várias décadas. Quando morreu, em 1954, o marido e também artista Diego Rivera doou ao povo mexicano a casa onde o casal viveu – conhecida como Casa Azul e situada na Cidade do México – para que fosse transformada num museu sobre a vida e a obra de Frida. Este foi o início do que é hoje o Museu Frida Kahlo.

Embora Diego tenha doado os quadros e objetos de Frida ao museu, o restante espólio da mulher manteve-se, a seu pedido, longe dos olhares curiosos do público. Foi essa a razão para que este arquivo se mantivesse fechado durante cinco décadas. O lugar escolhido para guardar o espólio com mais de 6000 fotografias, alguns desenhos, cartas, remédios e roupas de Frida foi uma casa de banho da Casa Azul, que assim ganhou uma aura quase mítica.

O arquivo adormecido foi aberto apenas em 2003, sob a supervisão de Hilda Trujillo Soto, diretora do Museu Frida Kahlo. Uma parte das fotografias foi então transformada nesta exposição, com a curadoria do famoso fotógrafo e historiador de fotografia mexicano Pablo Ortiz Monasterio.

 

Uma vida conturbada

Recorde-se que a vida de Frida foi caracterizada por uma série de doenças, acidentes e operações que tornaram a sua condição física frágil e dolorosa, o que propiciou a sua dedicação à pintura. As suas obras eram fortemente marcadas pelos seus problemas de saúde e por outras experiências marcantes da sua vida pessoal, como as relacionadas com a sua família, o seu marido, os seus vários amores e a sua luta política. Mas a importância de Frida estende-se além da arte. A sua personalidade, o seu estilo de vida e as suas convicções ideológicas e políticas tornaram-na num ícone reconhecido por todo o mundo até aos dias de hoje. Ela é vista como um símbolo de libertação e resistência e uma inspiração para os movimentos socialistas e feministas que se seguiram.

 

Exposição solidária

Desde a primeira apresentação, na Cidade do México, em 2009, a exposição tem viajado pelo mundo inteiro, contando já com mais de meio milhão de visitantes em quinze cidades distintas.  A exposição no Centro Português de Fotografia (antiga Cadeia da Relação) do Porto poderá ser visitada até ao dia 4 de novembro e a entrada é paga. Parte das suas receitas revertem a favor da Associação Salvador, que apoia a integração social e a melhoria das condições de vida de pessoas com deficiências motoras.

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Fontes: Porto.pt e Centro Português de Fotografia.