Indústria 4.0 – a nova revolução industrial

As empresas que conseguirem aliar tecnologia e processos para personalizar produtos estarão um passo à frente no seu sector

A revolução tecnológica que vivemos mudou a forma como os negócios são realizados, mas afeta também as pessoas. Há um mundo novo a acontecer na gestão moderna das empresas: com as novas tecnologias e os novos programas de software de gestão é possível uma otimização dos processos como nunca antes foi possível – o conceito fábricas digitais –ou seja, instalações que tiram proveito de tecnologias como, por exemplo, virtualização, cloud, impressão 3D ou realidade virtual para aumentar a produtividade e personalizar a oferta.

Esta mudança permite uma gestão integrada com base em informação em tempo real, com tomada de decisões com base num diagnóstico da sua empresa, o que lhe permite encontrar as soluções adequadas aos constantes desafios que se vivem hoje neste ambiente altamente competitivo e global.

Uma conquista de tempo para se dedicar ao seu negócio, liberto das tarefas repetitivas e monótonas, ganhando espaço para maior criatividade e inovação. As relações com clientes e fornecedores são beneficiadas por esta disponibilidade e pela eficácia com que é possível organizar toda a informação, proporcionados pelos softwares, seja a nível de faturação, contabilidade, ERP ou pelo software de gestão de recursos humanos.

Mas esta é apenas a vertente mais visível e divulgada desta enorme transformação do século XXI. Há ainda uma componente essencial que é afetada por esta transformação, que é o capital humano nas empresas – as pessoas, desde colaboradores a clientes.

 

Customização de produtos e mudança de paradigma

Um dos maiores impactos previstos pela implantação desse modelo de negócio está na customização ou personalização de produtos. Com o avanço da tecnologia e da ligação com os sistemas de gestão, será possível que uma indústria adapte o seu processo produtivo, tornando as empresas capazes de personalizar produtos conforme as preferências do cliente.

A personalização sugere uma mudança (quase uma quebra) de paradigma – fabrica-se em escala e de forma personalizada. Em vez de produzir sempre da mesma forma, ajusta-se o processo para que a personalização seja obtida e se atinja o resultado desejado pelo cliente. A tecnologia é fundamental, pois os sistemas precisam estar interligados às máquinas, permitindo que cada equipamento ou operador tenha conhecimento do que deve ser feito.

Num universo de grande competição, as empresas que conseguirem aliar tecnologia e processos para personalizar produtos estarão um passo à frente no seu setor–já que os consumidores esperam, cada vez mais, obter produtos pensados exclusivamente para eles. Além da tendência de aumentar a eficiência na produção, a empresa vai conseguir oferecer um valor adicional aos seus produtos, transformando a experiência do consumidor.

Hoje em dia, é não só a capacidade de personalização, como a velocidade com que se consegue entregar o produto ao cliente, que pode fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso de uma empresa.

 

E o cliente?

O centro dessas mudanças nas cadeias de valor, produtos e serviços, o cliente passa a ser um valioso fornecedor de insights para a indústria. De acordo com as suas necessidades e comportamentos – apuradas a partir de análises profundas e eficientes dos dados recolhidos –, os serviços e produtos tornam-se mais personalizados. Hoje todos os players precisam prestar atenção ao que o consumidor quer e precisa, sempre prontos para adiantar necessidades e atentos para prever mudanças. O consumidor tem cada vez menos tempo e muito mais ofertas à sua volta.

Mas a cadeia de negócios linear – indústria/distribuidor/cliente –perde força diariamente, e essas duas pontas cada vez estarão mais próximas. A integração e a troca de dados rompem esse padrão e deixam o cliente com um papel mais ativo em relação aos produtos e serviços que chegam ao mercado. Com a interoperabilidade, ou seja, interação entre pessoas, tecnologia e informações, a indústria passa a receber insights sobre os gostos, os desejos e as necessidades desses consumidores.

O desafio é envolver, conquistar e fidelizar o cliente – na era 4.0, cada vez mais disputado, com principal destaque para o serviço de excelência, análise comportamental, complementaridade de oferta, corresponder a oferta à procura e saber surpreender.

É por isso que na Sage temos uma “cadeira do cliente” sempre presente nas reuniões estratégicas de gestão, porque para nós, o cliente está em primeiro lugar.

 

Isália Barata
Marketing Manager da Sage Portugal

Artigo publicado originalmente no âmbito do Executive Breakfast Industria 4.0 organizado pelo Jornal de Negócios e a Sage (consulte o resumo do evento aqui).